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Na rede pública de ensino, falta de acesso à internet e desinteresse preocupam

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário) 

Enquanto a rede particular de ensino iniciou com atividades remotas praticamente instantaneamente após a paralisação das aulas presenciais em decorrência das medidas de isolamento social, na rede estadual a realidade é bem diferente. A falta de acesso dos alunos à internet e o desinteresse de muitos em voltar às atividades impedem o sucesso, até agora, do retorno efetivo aos trabalhos.

Para driblar o problema, o governo do Estado apresentou uma parceria com a Google, no mês de junho, para viabilizar salas de aulas virtuais que pudessem unir professores e alunos em um só ambiente. Até agora, segundo a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul, dos 815 mil alunos da rede estadual de ensino, mais de 570 mil já fizeram o cadastro no sistema - ou 69% deles. Já entre os professores, a adesão é bem maior: dos 38 mil educadores, apenas mil ainda não realizaram o primeiro login.

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Segundo a secretaria, para os alunos que não possuem acesso à internet, o governo do Estado irá patrocinar um celular exclusivamente para conteúdos educacionais. A previsão é que o serviço esteja disponível ainda no mês de julho. Já para estudantes que não tem qualquer acesso à tecnologia, as escolas devem realizar, mediante agendamento, a distribuição e conteúdos impresso ao aluno.

Para os professores, além da divulgação de vídeos e tutoriais de como utilizar a ferramenta do Google, o Estado trabalha na aquisição de notebooks para servir como ferramenta de suporte na elaboração das aulas. Segundo a secretaria de Educação, o processo está em fase de licitação.

DESINTERESSE

Embora a falta de acesso à internet seja o motivo mais alegado para o não ingresso dos alunos à rede criada pelo Estado, a falta de interesse de muitos estudantes pela plataforma preocupa professores.

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- Muitos deles não estão buscando acesso à informação. Eles simplesmente sumiram do colégio. Temos que ir em busca de um pouco menos da metade dos nossos alunos para se cadastrarem no sistema. Isso nos preocupa. Claro, muitos não têm acesso à internet, mas divulgamos informações na porta do colégio e disponibilizamos materiais físicos. Muitas famílias não nos procuram. Então, fica difícil de começar - relata a coordenadora pedagógica do Colégio Estadual Manoel Ribas, que atende cerca de 1,1 mil alunos na cidade.

REDE MUNICIPAL

A partir da próxima segunda-feira, 20 de julho, começa a valer um regramento para que o ano letivo seja retomado de forma remota na rede municipal. Ao seguir as normas, as direções das escolas poderão validar as aulas. Não há padrão estabelecido sobre formato de mídia, se por vídeos ou textos. O estilo fica a critério de cada escola e professor, de acordo com a especificidade da matéria e as necessidades da turma.

Na UFSM, ainda não há qualquer perspectiva de concluir o primeiro semestre

Paralisadas desde o dia 16 de março, uma semana após o início do semestre letivo, as aulas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) parecem estar longe de recomeçar. A última portaria publicada pela instituição determina a suspensão das atividades presenciais até o dia 15 de agosto - e a tendência é que isso irá vigorar por mais tempo.

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Embora estudantes e docentes tenham acesso ao Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (Rede), que possibilita aulas de forma remota, o uso não é obrigatório, ficando a critério de cada um fazer a adesão ao sistema. Reiteradas vezes, a Reitoria deixou claro que alunos e professores não terão prejuízos caso não utilizem a plataforma e que o semestre irá iniciar exatamente de onde foi paralisado.

Enquanto isso, as instituições privadas estão concluindo o primeiro semestre de forma remota e se preparam para o retorno à distância. Contudo, nos bastidores, já é montado um esquema de segurança para a volta, mesmo que gradual, do ensino presencial. Questionada pela reportagem, em nota, a reitoria da Universidade Franciscana (UFN), afirma que está trabalhando com os coordenadores dos cursos a retomada de modo remoto e, quando as condições forem possíveis, com encontros presenciais. Segundo a nota, a prioridade será ministrar os conteúdos teóricos no início do semestre e as práticas de estágio para o final do ano, a serem realizadas em pequenos grupos.

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Da mesma forma, a Faculdade Metodista Centenário (FMC) afirma que "já tem preparado o seu plano de contingência para quando o retorno das atividades presenciais for permitido pelos órgãos competentes". Enquanto isso, as atividades estão sendo realizadas à distância. Da mesma forma, a Sobresp projeta o retorno das atividades práticas para agosto, casa haja recomendação das autoridades responsáveis.

SÓ EM 2021

Enquanto conclui o primeiro semestre de forma remota, a Faculdade Integrada de Santa Maria (Fisma) afirma que não vislumbra, para este semestre, o retorno das aulas presenciais. Em nota, a instituição afirma que "talvez, no primeiro semestre letivo de 2021, isso possa ser possível".

Na Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma), o calendário acadêmico não foi afetado. As atividades letivas foram transferidas para a plataforma digital. O segundo semestre está previsto para começar nesta segunda-feira. Quanto à volta das aulas presenciais, ainda não há definição.

Já a Faculdade Palotina (Fapas) mantém atividades remotas e projeta a retomada gradual das atividades presenciais. Porém, aguarda, também, orientações do poder público.

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